No final do ano passado, recebi um convite inusitado: Guilherme Bonfanti, coordenador do curso de iluminação da SP Escola de Teatro e um dos meus primeiros mestres em iluminação quando cheguei em São Paulo, me chamava para dar aulas na escola. Não quaisquer aulas, mas do tópico em que me especializei: consoles de iluminação, mais especificamente da linha ETC Eos.
Já dei aulas antes, mas sempre informalmente e para um público menor e em outra escala. Era um desafio, mas um que queria muito assumir. Descobri que gosto de lecionar, principalmente se for sobre um assunto de que gosto tanto. É verdade, eu me estresso, me canso, me frustro com meus fracassos mas também sinto um prazer enorme quando vejo meus alunos fazendo uso daquilo que tento lhes ensinar. É um orgulho e um privilégio. Aquela máxima de que, quando lecionamos, devemos tentar ser o professor que gostaríamos de ter tido finalmente fez sentido pra mim.
Percebo também essa experiência toda como um exercício importante em minha área. Primeiro, tenho que desconstruir e decupar meu conhecimento técnico de forma a encontrar uma linguagem que não sirva somente ao uso diário de meu ofício, mas que esse conhecimento se torne acessível aos meus alunos, na maior parte das vezes ainda leigos não só em consoles, mas na linguagem técnico-teatral como um todo.
Segundo, o exercício de estudar os tópicos que devo ensinar, o que me faz ter de rever uma série de assuntos e não deixar que esse conhecimento se acomode em mim. Numa perspectiva profissional, isso é bastante interessante porque me obriga a revisitar conceitos, lembrar de ferramentas que não costumo utilizar mas que podem ser úteis em situações específicas e de forma geral continuar a pensar sobre o que sei.
Terceiro, o exercício do diálogo e da troca. Porque sim, o professor não poucas vezes aprende mais do que os alunos durante o processo. Eles me trazem questões sobre as quais nunca pensei. Surgem problemas que nunca enfrentei. E assim, também me aprimoro.
Um ano se passou nessa experiência do professorado. Nem tudo foi fácil, mas os resultados têm se mostrado positivos. Aprendizes que afirmam estar aprendendo quando não conseguiram por outros meios. Aprendizes que dizem que sentem falta de mais aulas minhas. Comentários de como eles estão conseguindo se virar nas atividades que têm surgido dentro e fora da SPET. Saber que participo do processo de formação de técnicos que logo serão meus colegas. E isso é a maior recompensa que posso ter.
Fe foi um prazer enorme ser sua aluna e aprender com você! Você é incrível e mal posso esperar a hora de ser sua colega profissional nesse mundão! ❤️
ResponderExcluirO melhor professor que já passou pela SP!!!!!!
ResponderExcluirhonra enorme ter sido sua aluna. Muito atencioso sempre, satisfatório ver a evolução em cada aula
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