quarta-feira, 27 de julho de 2011

2º dia de CUE

E chegamos ao segundo dia como já esperado: exausto e tremendamente nervoso pela apresentação que iria ocorrer na hora do almoço. Consegui terminar de montá-la ontem à noite, mas estava longe de devidamente ensaiada e estudada. Cheguei ao Centro de convenções e me deparei com a apresentação do Fred Foster, CEO da ETC. O cara pareceu ser bem trânquilo, gente boa mesmo. Claro que, apesar de uma parte do discurso ser bem bacana, contando a história da empresa quando ele começou a fabricar seu primeiro console na garagem dos pais junto com o irmão, também teve muito papinho de vendedor tentando vangloriar a própria marca.

O interessante da apresentação, além de conhecer um pouco da trajetória da empresa, foi que ele utilizou um protótipo em que a ETC está trabalhando: elipsos de LED. Qualidade? Admito que achei bem interessante. Acredito que conseguiram atingir um campo bem amplo de cores do espectro, isso porque acho que usaram os mesmos conceitos de LEDs que foram usados nas linhas Selador e Desire, onde você tem sete cores báscicas pra tentar montar o espectro. O branco, é claro, não tinha a mesma temperatura de um elipso com halógena, mas ainda assim gostei bastante do brilho. A promessa deles é atingir o branco solar.

Terminando a apresentação, começaram as sessões. Aqui, devo admitir que meu dia já não foi tão produtivo quanto ontem. Hoje, pra mim, ficou clara uma certa diferença que existe entre os modos de produção e poder aquisitivo brasileiro e americano. Eles são muito mais ligados a essa questão tecnológica do que nós. Até mesmo pela facilidade que têm em conseguir materiais. Soube, por exemplo, que e ETC fornece material gratuito pros teatros de algumas escolas com finalidades de beta teste. Logo, se eles têm acesso a esse tipo de material, então eles também entenderão muito melhor uma série de conceitos relacionados a essas tecnologias que nós não temos por terras tupiniquins. E foi aí que comecei a ficar perdido.

Minha primeira seção foi sobre a filosofia de programação dos consoles. Em outras palavras, seria algo como explicar o porquê que algumas coisas na mesa funcionam da forma como funcionam. Não que não tenha sido útil mas, ao longo do dia, fui percebendo que alguns assuntos simplesmente requeriam um certo conhecimento anterior que eu não tinha.

Acabada essa seção, tivemos o intervalo do almoço em que não comi pra aproveitar e estudar um pouco melhor minha apresentação.E veio a apresentação. Comecei a tremer, gaguejar, suar frio. Eu dominava sim o assunto, mas tinha o lance do formato Pecha Kucha que eu deveria seguir (20 slides de 20 segundos, totalizando uma apresentação de 6'40") e além disso meu inglês já não está tão bom quanto á foi em tempos idos. Eu compreendo boa parte do que escuto, mas ando tendo uma certa dificuldade pra falar. Simples falta de costume, mas nada disso me consolava pra apresentação. A ideia é que eu começasse falando um pouco sobre minha relação com a escola de daí partisse pro Guilherme, Vertigem , estudo de caso do BR-3 e daí, por fim, chegar ao projeto do Hamlet Machina. Pois bem, fiz o melhor que pude, quase desfalecendo de nervoso na frente daquele povo, sem saber exatamente se aquela galera mega profissional e com outra cabeça gostaria do meu trabalho mambembe.

Pra minha total surpresa, acredito realmente que fui bem recebido, ao menos pela maioria. Muitas pessoas vieram falar comigo depois de como aquele assunto era interessante e como eles ficaram fascinados com a ideia de fazer algo tão legal com tão pouco. Admito que fiquei bem felliz com essa recepção, as pessoas foram bastante simpáticas e deram bastante suporte. Principalmente o pessoal da ETC que o tempo todo me apoiou e fez de tudo pra me ajudar (até levar algo pra eu comer quando eu cheguei atrasado na aula e não tive tempo de tomar café!).

Aliás, só como um aparte, é incrível como essa viagem tem sido interessante no que diz respeito às pessoas generosas e prestativas que tenho encontrado pelo caminho. Desde minha saída de São Paulo quando as atendentes da Cia aérea me ajudaram a remarcar o vôo até uma moça aqui do albergue que me cedeu um pouco da comida dela, do cara que chegou de madrugada e me ouviu com a maior paciência do mundo ensaiar minha apresentação até o outro que me arranjou uma toalha quando eu achei que tinha perdido a minha, da menina da ETC que me trouxe comida dentro da sala ao meu parceiro de mesa do primeiro dia que teve a maior paciência em me ensinar uma monte de coisas, todos esse encontros me fizeram acreditar um pouco mais na humanidade.

Então continuamos com mais algumas aulas (sobre MIDI e pixel mapping) e chegamos ao fim das aulas de hoje. Vem a parte legal: piquenique na fábrica da ETC! Na porta do centro de convenções um ônibus nos buscou e levou até lá. Comemos e bebemos do lado de fora, em tendas montadas num gramado em frente à fábrica.

O próprio Fred apareceu em determinado momento vestido de sorveteiro e como eu já tinha terminado meu almoço, resolvi pegar um picolé e levar um papo com meu amigo Fred. Devo dizer que tomei coragem pra levantar o assunto Telem e ele ficou interessado...


Depois disso, entramos na fábrica e nos deparamos, logo na sala inicial, com o que eles chamam de Town Square. Vejam vocês mesmos.


E vejam que legal a tigela de doces deles.


Depois dessa sala inicial, entramos na fábrica propriamente dita. O problema é que essa parte, acredito, exige um post particular deste blog. Muitas fotos, muita informação e já está tarde e amanhã tenho que acordar cedo novamente. Por hora, fica aqui um gostinho.


Câmbio, B.O.

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