Chegamos ao último dia. Foi estranho mas já cheguei no centro de convenções com aquela sensação de despedida, de ser uma pena aquilo tudo estar acabando. Foi tudo muito incrível. Estrutura bacana, organização muito boa, infraestrutura pros participantes, material, atenção por parte dos profissionais... enfim, dá pra entender que a coisa realmente foi muito bem preparada.
Ontem, pela minha apresentção, o Joe, responsável pelas apresentações, me deu um vale brinde em que eu poderia pegar qualquer item da loja de lembranças da ETC. Chegando lá, resolvi que queria o DVD de treinamento básico da ION. Descobri, pra minha tristeza, que o DVD era, tecnicamente, um produto e não um dos souveniers da loja. Portanto, meu cupom não valia pra ele. Contudo, após conversar com algumas pessoas, colocar meus motivos, resolveram aceitar e pude levar o DVD. Entregarei pra escola como material didático. Aguardem.
O dia começou com uma palestra do Jason Lyons, um famoso iluminador de espetáculos da Broadway. Pareceu-me um cara sensato, o tempo todo colocando em perspectiva algumas questões bem obtusas levantadas pelo público.Uma característica interessante do discurso dele é que, por ele ser da Broadway, o nível de equipamento com que ele trabalha é simplesmente algo descomunal com o qual eu nem sequer imaginava. Coisas como 400 Parleds, 200 movings e 8 mil canais de mesa são coisas comuns pra ele. Chegou a falar de um espetáculo que ele fez que tinha em torno de 1400 cues...
Fui pra minha primeira aula do dia. Sistemas de rede, particularmente, o sistema Net3 da ETC. Foi muito interessante entender também um pouco das possibilidades dessa nova forma de interligar o equipamento, as vantagens que isso oferece. Foi outro espaço em que fui avassalado por números. Pelo Brasil, não sei se já temos esse equipamento, mas a ETC tem toda uma linha de equipamentos voltados pra iluminação arquitetônica e os sistemas arquitetônicos e teatrais conversam entre si. O palestrante colocou um exemplo de um lugar em que eles montaram a estrutura e era algo descomunal. Ele chegou a falar que 16 mil canais eram pouco pra esse projeto. Citou que, certa vez, alguém por engano chegou a ligar no sistema de dimmers todas as luzes do local. E a fornecedora de energia da região ligou pro local pra saber o que estava aontecendo... (esperem o post da fábrica da ETC...)
Fomos almoçar e assisti a apresentaçãoes de outros participantes do evento. Alguns trouxeram umas coisas bem interessantes. O que mais me chamou atenção foi o último. Era um cara que adoarava construir soluções criativas pra novas fontes de luz. A forma como ele construiu uma tocha elétrica, vagalumes e outras traquitanas foi simplesmente genial!
A próxima aula era uma palestra conjunta do Jason com o programador dele, o Victor Seastone. Sei que parece estranho falar em programador na iluminação, parece coisa de informática. Mas por aqui, isso é levado muito a sério, principalmente na Broadway onde as coisas são absurdamente grandes. Ele falou de algumas experiências dele e algumas práticas que ele considera importantes em seu trabalho.
Sigo pra mais uma aula. Dessa vez, manutenção de equipamentos. Admito que o palestrante não tenha me revelado nenhuma grande novidade, mas valeu porque peguei alguns detalhes interessantes dos racks e dimmers ETC.
Fomos pra última aula do dia e do evento como um todo. "Resolução de problemas" era o nome. O palestrante é um dos responsáveis pelo atendimento ao consumidor da ETC e é quem resolve a maior parte dos problemas dos clientes. Ele também não ensinou nenhuma mágica mas ajudou a construir uma mentalidade de resolução de problemas interessante. Estabeleceu algumas práticas, métodos, caminhos possíveis, tudo de forma bastante abstrata, de tal forma que aquilo poderia ser aplicado a qualquer sistema, não só ETC.
Um detalhe interessante sobre essa palestra é que o palestrante é um dos responsáveis pelos treinamentos ETC. Acabando a aula, conversei com ele sobre a "questão Telem" e um pouco sobre a escola. Ele me disse que tem planos pra América no Sul, mas ainda não estruturou muito bem por falta de tempo e porque é algo que ele ainda deve pensar a respeito. Deu-me seu cartão e disse pra entrar em contato com ele pra pensarmos alguma coisa, talvez até mesmo incluindo a escola. Quem sabe?
Outra pessoa que me deu seu cartão foi a assistente do gerente regional para a América do Sul, Heidi. Disse que, qualquer problema, poderia entrar em ontato com ela. Enfim, alguns contatos importantes de se ter.
E foi assim meu último dia na CUE ETC. Após despedir-me de alguns, saí de lá com a sensação de "quero mais". Foi muito boa a sensação de ter contato com alguns conhecimentos realmente novos. Nem sequer tive a chance de visitar o laboratório deles pra experimentar nas mesas as coisas que aprendi. Mas acho que valeu. Amanhã, ainda estarei por aqui e vou dar uma volta pela cidade. Acho que foi um evento gostoso onde todos ali se sentiram acolhidos pelo pessoal da ETC. Nesse sentido, acredito que o discurso do Fred (ver post de ontem) não era falacioso. Ficam aqui os votos pra que, de fato, esse evento volte a acontecer. E que eu possa viver essa experiência bacana mais uma vez.
Câmbio, B.O.
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