sexta-feira, 20 de abril de 2012

Viagens troianas - Parte 1

E vieram as próximas. Escrevo agora de meu quarto de hotel em São José do Rio Preto onde cheguei há algumas horas. Acordo amanhã cedo pra ir ao Teatro Municipal de SJRP fazer a montagem pra apresentações no sábado e no domingo.

Até agora, passamos pelos seguintes teatros:

Teatro Alterosa, Belo Horizonte;
Teatro Santa Isabel, Recife;
Teatro Municipal de São José dos Campos;
Teatro Coliseu, Santos;
Teatro Guaíra, Curitiba;
Teatro Municipal de Santo André;

Foram muitas experiências bacanas, outras nem tanto, mas certamente um aprendizado. Tentarei fazer rápidos comentários sobre cada um dos lugares.

Teatro Alterosa -> Equipe eficiente, relação de materiais razoável. A mesa é uma ETC Express 24/48 e possuem um equipamento de áudio mínimo. Apenas um dos funcionários chegou a me incomodar um dia porque haviam uns dois ou três refletores que quis reafinar no dia seguinte e o indivíduo ficou reclamando por isso.

Teatro Santa Isabel -> Feliz surpresa, fui esperando algo bem pior do que encontrei por lá. Tive um boa equipe à minha disposição e uma relação boa de materiais. A mesa era uma ETC Ion, fato que adorei. O único problema que tive foi em relação à escada que eles utilizam pra afinação. Grande demais, com rodinhas e travas laterais que seguram as pernas na posição, a escada é totalmente segura, mas completamente impraticável pra passagem por dentro de cenários. Além disso, foi meu primeiro desafio em um teatro do tipo "ferradura".

Teatro Municipal de São José dos Campos -> Sem dúvida, a ovelha negra dessa lista. Esse foi o teatro em que, com certeza, me deparei com a maior quantidade e os piores problemas. Com apenas dois técnicos, um de som e outro cenotécnico, o teatro não possui alguém responsável pela luz. As varas são travadas com cadeados e você precisa chamar o cenotécnico pra poder movê-las. E quando você mais precisa dele (lembrando que ele passa o resto do dia sentado nas cadeiras da plateia dormindo ou fazendo coisa alguma), onde ele está? Certamente não onde você gostaria que ele estivesse. Além disso, o equipamento, pela falta de um técnico que cuide, está em péssimo estado de conservação e faltando itens simples (eles têm muitos PCs, mas nenhum barndoor, por exemplo). Como se os problemas do teatro não bastassem, pegamos um péssimo produtor local que contratou apenas um cara pra me ajudar na montagem. Enfim, um lugar pra não querer voltar.

Teatro Coliseu -> Aqui, o problema é notado logo na chegada: o teatro não possui qualquer equipamento de iluminação. Isso mesmo, nada. Nenhum refletor, nenhuma mesa, nenhum rack. Apenas varas onde pendurar o equipamento. Isso se deve a um acidente que aconteceu quando de uma reforma anos atrás em que o engenheiro responsável pela instalação do sistema de luz fez algum erro e, no primeiro uso, todo o sistema queimou. Bonito, né? Resultado: tivemos que locar tudo, de refletores a rack e cabos. A empresa escolhida foi a Studio A, natural de Santos e acostumada a fazer trabalhos naquele teatro. No geral, tudo correu relativamente bem, os caras que encabeçavam a equipe foram super prestativos. Tivemos um problema momentos antes da primeira apresentação em que simplesmente um rack inteiro parou. O bom é que os caras da empresa, já conhecendo o material que têm, trouxeram racks sobressalentes.


Teatro Guaíra -> Fomos pelo Festival de Curitiba e tudo o que posso dizer é: UAU! No dia em que chegamos, haveria ainda um espetáculo acontecendo à noite e montaríamos de madrugada pra apresentarmos no dia seguinte. Pensei comigo, vai dar cagada! Mas a reputação da equipe do Guaíra é antiga e uma das melhores possível. E pelo que pude atestar, fazem jus. Tinha um equipe de umas cinco pessoas à minha disposição pelo que me lembro e os caras são muito rápidos e muito bons. Chega um momento em que acontece uma certa pressão, com cada um deles te perguntando coisas e você tendo que responder e dar atenção a cada um. Mas isso faz parte do que é trabalhar com esses caras. O teatro é incrível, absolutamente gigantesco e todo material que pedimos, o festival concedeu. A mesa que operei foi uma ETC Insight, que até então nem sabia que existia. É um modelo bem parecido com a Expression 3. Foi uma experiência muito boa.


Continuo a relação dos teatros num próximo post. Agora preciso dormir que amanhã o trabalho será puxado.

Câmbio, B.O.

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